Salário emocional: como empresas estão retendo talentos sem aumentar salários

O desengajamento profissional é um problema crescente no Brasil e no mundo. Segundo estudo da Gallup, 72% dos trabalhadores brasileiros não se sentem conectados ao seu emprego. Globalmente, o índice de engajamento é de apenas 23%, com os Estados Unidos registrando a pior taxa em uma década.

A principal razão para essa insatisfação são salários abaixo das expectativas e falta de reconhecimento, revela pesquisa da MyPerfectResume. Para contornar esse problema, muitas empresas estão adotando uma abordagem estratégica: o salário emocional.

O que é salário emocional?

O salário emocional é um conjunto de benefícios não financeiros que melhoram a satisfação e o bem-estar dos funcionários. Ele vai além da remuneração tradicional e foca em aspectos como:

  • Flexibilidade no trabalho (home office, horários ajustáveis);
  • Reconhecimento e valorização da equipe;
  • Cultura organizacional positiva e alinhada aos valores dos funcionários;
  • Plano de carreira e desenvolvimento profissional;
  • Benefícios voltados à saúde mental e qualidade de vida.

De acordo com pesquisas, profissionais estariam dispostos a abrir mão de quase 9% do salário em troca de maior flexibilidade no trabalho. Isso mostra que a retenção de talentos não depende apenas de aumentos salariais, mas também de um ambiente mais motivador e equilibrado.

O impacto do desengajamento no desempenho das empresas

A insatisfação no trabalho afeta diretamente a produtividade. Empresas que não investem no bem-estar dos funcionários enfrentam desafios como:

  • Redução da produtividade e queda no desempenho;
  • Aumento do turnover, com maior dificuldade em reter talentos;
  • Cultura organizacional enfraquecida, impactando a moral da equipe;
  • Maior incidência de afastamentos por doenças psicológicas.

Nos Estados Unidos, 50% das empresas reduziram salários recentemente em vez de demitir funcionários, porém essa decisão levou a uma queda significativa na satisfação da equipe, tornando o problema ainda mais complexo.

Como aplicar o salário emocional na empresa?

Pequenas mudanças na gestão podem ter um grande impacto na motivação da equipe. Algumas estratégias eficazes incluem:

  • Criar programas de reconhecimento para valorizar o desempenho dos funcionários;
  • Oferecer oportunidades de aprendizado e crescimento profissional;
  • Aprimorar a cultura organizacional, garantindo um ambiente saudável e colaborativo;
  • Implementar benefícios flexíveis, como horários ajustáveis e trabalho remoto parcial;
  • Incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reduzindo o estresse no ambiente corporativo.

Por fim, o salário emocional não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que desejam reter e motivar talentos. Funcionários que se sentem valorizados e reconhecidos são mais produtivos, engajados e leais às organizações.

Para os profissionais contábeis e empresários, entender essa mudança no comportamento do mercado de trabalho é essencial para adaptar estratégias de gestão e evitar altos custos com rotatividade. 

Com informações da Forbes USA

Fonte: Portal Contábeis

Data: 17/03/2025