Proposta de adiamento da desoneração da folha de pagamento é analisada no Senado


Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado marcou para esta terça-feira (17) a votação do projeto de lei que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam no país.

O texto começou a tramitar no Senado e foi aprovado pela Câmara, mas voltou para análise dos senadores por conta de mudanças feitas pelos deputados.

A proposta de desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal de empresas, de 20%, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Isso diminui custos com contratações para aqueles 17 setores.

Entre esses setores estão: têxtil, calçados, construção civil, call center, comunicação, empresas de construção civil, fabricação de veículos, tecnologia e transportes. Os segmentos são responsáveis por gerar cerca de nove milhões de empregos formais. Sem a prorrogação, a desoneração da folha de pagamentos terminaria no fim deste ano.

"A desoneração da folha é e será muito importante para manutenção dos postos de trabalho" disse o relator da proposta, senador Angelo Coronel (PSD-BA).

O texto, depois de aprovado na CAE, deve seguir para o plenário do Senado, o que pode ocorrer no mesmo dia, de acordo com o relator.

"Existe uma dúvida regimental se é necessário a matéria passar pelo plenário do Senado depois de alterações na Câmara. Eu entendo que sim, mas a análise pode ocorrer no mesmo dia, se tiver pedido de urgência" explicou.

O relator disse também que deve retomar o texto anteriormente aprovado pelos senadores, rejeitando modificações feitas pela Câmara dos Deputados, sobre a cobrança do imposto sobre a folha dos municípios.

Na primeira passagem pelo Senado, foi acrescentada à proposta a redução da alíquota de 20% para 8% da contribuição previdenciária de municípios com até 156 mil habitantes. Na Câmara dos Deputados, o trecho foi modificado para conceder uma isenção variável no imposto previdenciário. A alíquota oscilaria de 8% a 18%, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB). Quanto menos o PIB, menor a alíquota.

Mas o relator no Senado discorda da mudança e afirma que a redação anterior da proposta é mais justa e prioriza os municípios mais vulneráveis.

"Na Câmara, eles incluíram todos os municípios. Eu tinha incluído só os mais prejudicados. Os municípios maiores têm o incremento do Fundo de Participação dos Municípios nas contas. Eu tinha feito minha emenda no corte dos municípios que não têm qualquer receita extra para receber. A maioria dos municípios que entraram na regra da Câmara já tem até regime próprio de Previdência" afirmou.

A tramitação do projeto de prorrogação da desoneração da folha de pagamento começou na CAE do Senado, em caráter terminativo, foi para Câmara em agosto, e agora volta para finalização dos senadores.


Fonte: Folhapress

Data: 17/10/2023