INSS alerta: prova de vida está suspensa, mas golpistas andam ligando para aposentados em nome do órgão

Mais uma vez, a prova de vida do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está sendo usada como isca para golpistas roubarem dados de aposentados e pensionistas. O alerta foi feito pelo próprio órgão nesta quarta-feira (dia 27), após reclamações de segurados à Ouvidoria. As abordagens ocorreram por telefone e posterior contato pelo WhatsApp, alerta o instituto, que orienta os beneficiários a não enviarem dados pessoais, fotos ou documentos.

Nos contatos, diz o INSS, os golpistas solicitam dados pessoais e fotos de documentos para que não ocorra um suposto "bloqueio nos pagamentos". Em alguns casos, chegam a enviar links para que o segurado realize a biometria facial. A pessoa que fala é muito segura e pode até passar alguma informação sobre o segurado com a intenção de dissimular a farsa.

E é nesse ponto que consiste a fraude: os golpistas ficam de posse da documentação e dos dados e fazem transações irregulares em nome de aposentados e pensionistas, como os empréstimos consignados, aqueles que são descontados diretamente no pagamento.

O INSS faz um alerta a todos os 36 milhões de aposentados e pensionistas do país para que, caso recebam esse tipo de ligação, desliguem o telefone e não forneçam nenhuma informação. O órgão adverte que não faz contato telefônico para procedimento de prova de vida nem manda links por mensagem para a realização de biometria facial.

Suspenso desde fevereiro

O procedimento da prova de vida está suspenso desde 2 de fevereiro. Agora não é mais exigida a presença do aposentado ou do pensionista no banco. O recadastramento passou a utilizar o cruzamento de dados de outras bases do governo federal, e não é mais preciso ir à instituição financeira, somente se for chamado.

A principal novidade foi a inversão da lógica de comprovação no recadastramento anual que aposentados e pensionistas do INSS. Em vez de o segurado provar que está vivo, agora cabe ao INSS certificar-se de que ele não morreu. Antes, o beneficiário precisava ir a uma agência bancária.

Segurados com biometria facial registrada no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podiam fazer a prova de vida digital no aplicativo Meu INSS. Idosos a partir de 80 anos ou pessoas com dificuldade de locomoção podiam pedir visita em domicílio, agendando horário pelo telefone 135 ou pelo app Meu INSS.

Agora, a ida ao banco será opcional e usada apenas como último recurso. O INSS terá acesso a dados como votação em eleições; registro de transferências de bens; vacinação; consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS); ou renovação de documentos, como identidade, carteira de motorista ou passaporte. Se alguma movimentação tiver acontecido nos dez meses posteriores ao aniversário do segurado, o INSS considerará o beneficiário vivo.


Fonte: Extra Globo

Data: 29/07/2022