Ibovespa volta a cair, com receios sobre juros nos EUA e alta nas estimativas da inflação brasileira

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, voltou a cair nesta segunda-feira (21), com preocupações sobre a política monetária dos Estados Unidos e alta nas estimativas da inflação brasileira.

O índice caiu 0,85%, aos 114.429 pontos. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira (18), o Ibovespa fechou em alta de 0,37%, aos 115.409 pontos, após viver uma série de 13 quedas consecutivas - a maior sequência de baixas da história. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular:

  • queda de 6,16% no mês;
  • ganho de 4,28% no ano.
 

O que está mexendo com os mercados?

A semana começou com uma agenda esvaziada, contando apenas com a tradicional divulgação do Boletim Focus - relatório do Banco Central do Brasil (BC) que reúne as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos do país e sai todo começo de semana.

Nesta edição, as expectativas para a inflação em 2023 subiram pela primeira vez em meses, passando de 4,84% para 4,90% e se distanciando da meta do BC, de 3,25% e podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. Já para o ano que vem, as projeções de mantiveram em 3,86%, enquanto a meta é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.

As estimativas para a taxa de câmbio também subiram para este ano, com o mercado esperando o dólar a R$ 4,95 até o fim de dezembro.

Além disso, os olhos dos investidores também estão voltados à ida do presidente Lula à cúpula de líderes dos países do Brics (bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Durante o evento, alguns temas importantes e que podem mexer com a economia devem ser discutidos, como a adoção de uma moeda comum entre os países para servir como uma alternativa ao dólar nas relações comerciais do bloco.

Também no cenário político, líderes da Câmara dos Deputados discutem o texto do arcabouço fiscal, que estabelece novas regras para limitar os gastos do governo, e, havendo um acordo, a proposta pode ser votada em breve.

No exterior, o receio é em relação à política monetária norte-americana e ao ritmo da economia chinesa. O gigante asiático está no radar dos investidores há semanas por conta de uma forte desaceleração econômica que vem enfrentando.

O Banco Popular da China decidiu cortar uma das principais taxas de juros do país em 0,10 ponto percentual nesta segunda, de forma a estimular o consumo dentro do país. Agora, a taxa de empréstimo de um ano está em 3,45% ao ano.

O corte veio abaixo das expectativas do mercado, que esperavam uma redução de 0,15 ponto percentual, com a taxa chegando a 3,40% ao ano. No entanto, a agência de notícias chinesa Caixin afirma que Pequim tem outras cartas na manga para tentar estimular mais a atividade na segunda maior economia do mundo.

Ao longo da semana, outras divulgações importantes estão marcadas, com destaque para o Índices de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, aqui no Brasil, e alguns dados de atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa.

Também ocorre nesta semana, entre os dias 24 e 26, o Simpósio de Jackson Hole. Esse é um dos eventos de economia mais importantes do mundo, que acontece todo ano nos Estados Unidos e reúne diversas autoridades e figuras importantes para discutir sobre os rumos da maior economia do mundo.


Fonte: G1

Data: 22/08/2023