Ibovespa sobe mais de 1% e dólar opera abaixo de R$ 5,15 com fluxo favorável

O dólar caía 0,78%, cotado a R$ 5,126, por volta das 12h05 desta segunda-feira (8), mantendo um fluxo favorável de investimentos para o Brasil iniciado na semana anterior e com o real favorecido por uma aversão maior a riscos entre investidores.

No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,42%, aos 107.985 pontos, beneficiado pela entrada de capital estrangeiro no Brasil, em especial para setores ligados a commodities, com uma perspectiva mais positiva para a demanda na China e nos Estados Unidos.

O movimento coincidiu com a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o ciclo de alta de juros no Brasil pode ter terminado em agosto, mas deixando em aberto uma possível elevação em setembro dependendo da conjuntura.

Com a taxa Selic seguindo as projeções do mercado, as areações entre investidores foram positivas. No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, o mercado manteve a projeção de uma Selic a 13,75% ao fim de 2022, não esperando novas altas na taxa.

Em relatório, a Ativa Investimentos afirma que “estamos perto do pico dos nosso juros e, com isso, já sentimos parte do mercado antecipando o movimento na bolsa e esperando se aproveitar da combinação de futura queda de juros e a atual existência de bons ativos que permitem uma boa margem de segurança”.

O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022.

Na sexta-feira (5), o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,168, acumulando recuo de 0,07% na semana. Já o Ibovespa subiu 0,55%, aos 106.471 pontos, e alta semanal de 3,19%.

Sentimento global

A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.

 

Fonte: CNN Brasil 

Data: 08/08/2022