Governo prevê o fim da isenção de imposto de importação para carros elétricos e híbridos
O governo federal brasileiro está prestes a anunciar o fim da isenção de imposto de importação para carros elétricos e híbridos, conforme informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Essa mudança, que deve ser gradual ao longo dos próximos três anos, tem como principal justificativa a crescente "invasão chinesa" de veículos eletrificados no mercado nacional, causando desconforto às montadoras já estabelecidas no país.
Há cinco anos, o governo brasileiro anunciou a isenção de imposto de importação para carros elétricos e híbridos, para incentivar a adoção de tecnologias de propulsão mais limpas no país. No entanto, essa medida nunca teve uma data definida para seu término.
Carros elétricos em alta: novo recorde em agosto
Em um cenário paralelo, as vendas de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in no Brasil alcançaram um novo recorde em agosto de 2023.
Conforme a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram registrados 9.351 emplacamentos, representando um crescimento de 25% em relação ao recorde anterior, registrado no mês de julho, e um impressionante aumento de 120% em comparação com agosto do ano anterior.
Embora esse seja um avanço consistente, é importante notar que esse segmento de veículos eletrificados ainda não representa 5% do mercado automotivo total.
No entanto, as montadoras estabelecidas já percebem uma ameaça crescente devido ao dinamismo dos novos players chineses, com destaque para marcas como a BYD e GWM, que conquistaram rapidamente uma fatia significativa do mercado de carros elétricos e híbridos no país.
Anfavea defende equidade fiscal
A Anfavea ressaltou que não se trata de uma questão contra os chineses ou asiáticos, mas sim da necessidade de equidade nas taxações. O setor automotivo defende a volta do imposto de importação de 35% para os veículos elétricos e híbridos, semelhante ao que já é aplicado aos modelos a combustão.
A expectativa é que o governo brasileiro anuncie o fim da isenção de imposto de importação e, ao mesmo tempo, divulgue as normas da segunda fase do Rota 2030, que estabelece regras mais rigorosas em relação às emissões e eficiência de veículos novos.
Ainda conforme a Anfavea, o Brasil já deixou de arrecadar cerca de R$ 2 bilhões este ano, sendo R$ 1,1 bilhão proveniente de veículos importados da China.
Fonte: O Tempo