Pequenos negócios entram no mercado de locação

O mercado de aluguel de produtos, máquinas e equipamentos tem atraído cada vez mais o interesse de empreendedores. De acordo com levantamento feito pelo Sebrae, com dados do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), entre 2018 e 2021, a taxa de crescimento médio de 15 atividades ligadas a esse segmento avançou 25%.

Algumas atividades específicas, com de construção, transporte e saúde, tiveram taxas de crescimento bem acima dessa média, segundo o Sebrae. A atividade de locação de meios de transporte como ônibus, motocicletas, trailers, caminhões, reboques, semirreboques e similares, por exemplo, contabilizou expansão de 154%.

Os números mostram que essa atividade já estava em alta antes da pandemia, mas que apesar da crise segue com oportunidades, com incremento em torno de 70% entre 2020 e 2021.

A informações obtidas pelo Sebrae também mostram uma alta de 90% no volume de pequenos negócios que atuam no CNAE relacionado ao aluguel de máquinas e equipamentos de construção sem operador, como betoneiras, tratores, escavadores, motoniveladoras e similares. No caso de aluguel de andaimes, por exemplo, a taxa de crescimento chegou a 43%.

No segmento de saúde, o número de MPE que alugam equipamentos científicos, médicos e hospitalares, elétricos ou não, bem como equipamentos médicos-cirúrgicos hospitalares, expandiu em torno de 72%. O alto índice foi semelhante ao de aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas.

O analista de Competitividade do Sebrae Alberto Ribeiro explica que o motivo desses resultados positivos pode ser avaliado sob duas perspectivas. A primeira é relacionada à tendência de migração para o modelo de negócio de aluguel, acelerada pela pandemia.

“As pessoas começaram a demandar por serviços de maneira diferente e isso acelerou a visão da economia compartilhada, que já era uma tendência. Por outro lado, os pequenos negócios também começaram a enxergar que é mais compensador alugar máquinas e equipamentos do que comprar um bem que será pouco usado”, avalia.

A segunda causa está relacionada à reposição do próprio mercado, que sofreu perdas durante os dois últimos anos. “Pode haver ainda fatores bem específicos de cada atividade, que se somam à retomada da demanda pós-pandemia, atraindo os empresários que agora estão vendo essas oportunidades”, complementa o especialista do Sebrae.


Fonte: Diário do Comércio

Data: 17/06/2022