Nova edição do LIFT recebe 67 projetos de inovação no Sistema Financeiro Nacional

O  Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT) do Banco Central recebeu 67 inscrições de projetos para a sua 3ª edição. O número é duas vezes maior que o da edição passada. Foram recebidas inscrições de todas as regiões do Brasil, além de quatro projetos do exterior. Agora, o Laboratório está em processo de seleção dos inscritos, o que ocorrerá durante todo o mês de maio. 

Criado  para incentivar o desenvolvimento de projetos que propõem inovações tecnológicas no Sistema Financeiro Nacional (SFN), o LIFT reflete, em sua edição de 2020, o avanço na transformação digital do setor financeiro nos últimos anos. Uma análise preliminar já mostra uma evolução na maturidade das propostas em relação às inovações tecnológicas. 

De  acordo com Aristides Cavalcante Neto, um dos coordenadores do LIFT, as iniciativas podem acelerar a inclusão de uma parcela significativa da população brasileira no setor financeiro, provendo acesso a serviços básicos como pagamento digital e crédito. Além disso, muitas iniciativas trazem propostas de aplicações inovadoras que fazem uso de um ecossistema de Open Banking, o Sistema Financeiro Aberto. "Isso pode favorecer a criação de novos serviços financeiros e a redução de custos de serviços existentes, tão logo o Open Banking seja uma realidade", explica. 

Um  dos critérios para a aceitação de projetos no LIFT é a aderência à Agenda BC#, pauta de trabalho centrada na evolução tecnológica com o objetivo de desenvolver questões estruturais do sistema financeiro. A iniciativa traz quatro dimensões de trabalho que, juntas, buscam promover a democratização financeira: competividade, educação, inclusão e transparência. Dos 67 projetos inscritos em 2020 no LIFT, 49 citam competitividade como uma das esferas abordadas. 

Na  avaliação de Aristides, um dos principais desafios dessa edição do LIFT tem sido justamente o processo de seleção dos projetos, em função da alta qualidade das propostas. Outro desafio a ser superado está na necessidade de montar a infraestrutura dos projetos com os parceiros de tecnologia de uma maneira inteiramente remota. Esse desafio, porém, deve ser superado com facilidade, uma vez que o LIFT sempre teve uma proposta de trabalho inteiramente digital. "Alguns instrumentos de trabalho remoto que estamos utilizando hoje em larga escala no Banco Central, como por exemplo reuniões remotas e áreas de colaboração, já são uma realidade para o Laboratório desde a sua primeira edição", disse. 

Revista 
Já  está disponível para download a 2ª edição da revista LIFT Papers, comos projetos concluintes da edição de 2019 do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. A publicação registra todos os projetos desenvolvidos e apresenta um conjunto de ideias que, consolidadas na forma de protótipos, podem se tornar produtos para aumentar a competitividade, a inclusão, a transparência e promover a educação financeira. 

A  grande novidade da nova edição são os artigos técnicos de especialistas. Para André Siqueira, editor-chefe da LIFT Papers, a revista mostra uma fundamentação teórica mais consistente nos projetos, o que reflete um esforço de transformar conhecimento em aplicações tecnológicas. "Outro ponto que nos chamou a atenção foi a intensa interação entre os projetos. Em 2019, as equipes participantes colaboraram para criar algumas funcionalidades compartilhadas, o que resultou em um amadurecimento muito rápido das ideias e um resultado superior nos protótipos", disse. 

No  texto de abertura da revista, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destaca que o Laboratório pratica o que ele próprio incentiva: evolução constante. "À medida que mais pessoas demandarem tecnologia, mais promissores serão os projetos. Assim, o setor público, em parceria com a iniciativa privada, encontrará novas maneiras de melhorar a vida das pessoas", escreveu. 

O  ciclode preparação da revista LIFT Papers começa no acompanhamento dos projetos durante os três meses de construção dos protótipos. A cada etapa, com duração de um mês, os proponentes precisam entregar uma versão do protótipo e uma versão do relatório técnico que irá compor a edição da revista do ano seguinte.

Fonte: Banco Central do Brasil

Data: 14/05/2020