Empresários cearenses da indústria e da agropecuária, quase todos apoiadores do governo Bolsonaro, entendem que o Ministério das Relações Exteriores já deveria ter transmitido uma mensagem de congratulações ao presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden. 

Pedindo discrição, eufemismo para anonimato, esses industriais e agropecuaristas, com os quais a coluna conversou ontem, consideram que o governo brasileiro – que se jogou de mala e cuia na candidatura vermelha do republicano Donald Trump, cujo sonho de reeleição naufragou nas águas da onda azul de Biden – tem de buscar logo uma aproximação com o eleito, que promete jogar duro no relacionamento com a gestão Bolsonaro, principalmente na questão ambiental ligada à Amazônia. 

Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, e isto é muita coisa diante do novo cenário da geopolítica mundial. 

Deve ser lembrado que Donald Trump e seu jeito heterodoxo de governar estão exigindo de Bolsonaro a exclusão da chinesa Huawei do próximo leilão da Anatel para a Tecnologia 5G. 

A China é o maior importador das commodities brasileiras, agrícolas e minerais. Biden sabe disto e, certamente, será também pragmático quando sua equipe de governo se sentar à mesa para tratar de negócios com o time do Itamaraty, chefiado pelo chanceler Ernesto Araújo, um trumpista de carteirinha. 

Mas, entre o discurso da recente campanha eleitoral e a realidade nua e crua de governar, Biden verá que há uma grande distância – é assim aqui e em qualquer país democrático, o que não é o caso da China. 

Detalhe: o governo de Pequim, liderado com mão de ferro por Xi Jiping, que é igualmente pragmático, tem todo o interesse de manter suas boas relações de trocas com o Brasil, pelo menos até que os países africanos – onde os chineses investem pesado – alcancem produção suficiente de soja para dispensar a brasileira. 

“Amigos, amigos, negócios à parte”, disse um industrial, na opinião de quem “Bolsonaro precisa logo entender o sinal que a eleição nos EUA está mandando para o mundo e, especialmente, para o Brasil”. 

Resumindo: para os empresários cearenses, o governo brasileiro deve ser pragmático.
  
OLHO NO CEARÁ

Uma gigante do comércio eletrônico (que vende pela internet) mantém no radar do seu plano estratégico o objetivo de implantar-se fisicamente no mercado do Ceará – capital e interior incluídos. 

Sobre este tema, é só o que esta coluna pode dizer, neste momento.

CIMENTO

Falta cimento em Pernambuco,na Paraíba e no Rio Grande do Norte. 

No Ceará, porém, as fábricas da cearense Apodi e da paulista Votorantim têm garantido o abastecimento do mercado, incluídos os canteiros de obras das construtoras e os depósitos e lojas de material de construção. 

Enquanto isso, seguem faltando peças para automóveis nas lojas de Fortaleza.

PESCADOS

Incluídos na lista das personalidades cearenses que o Sistema Verdes Mares homenageou no último mês de setembro por ocasião dos 50 anos da Sereia de Ouro, os irmãos Francisco e Manoel Rocha, donos da F. S. Rocha Pescados e Mariscos, colhem hoje os resultados desse evento. 

Eles contaram a esta coluna que a repercussão da homenagem foi tamanha que sua clientela “simplesmente aumentou, de um dia para o outro”. 

Donos também da Somariscos, os irmãos Rocha começaram sua vida de empreendedores em 1990, vendendo peixe em um isopor numa esquina da Aldeota.

EXPECTATIVA

Nesta semana, serão divulgadas novas pesquisas sobre a eleiçãopara prefeito de Fortaleza.

Nos corredores da Fiec, da Faec e da Fecomércio, colhe-se a opinião de que o segundo turno será muito mais animado do que o primeiro.

É a mesma expectativa do ambulante que vende cachorro quente nas equinas da cidade, do trocador de ônibus, do servente da construção civil e do sacristão da igreja. 

Há uma pergunta: quem irá ao segundo turno? 

HOMENAGENS

Hoje, 9 de novembro, o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, recebe homenagens de seus amigos.

Ele celebra mais um aniversário.  


Fonte: Egídio Serpa