Sob um viés positivo no cenário internacional, alimentado pelo alívio das tensões entre China e Estados Unidos, o dólar opera em queda nesta terça-feira (25). Por volta das 14h, a moeda americana perdia 0,43% frente ao real, negociada aos R$ 5,58. 

O otimismo nos mercados externos era favorecido pela afirmação de Estados Unidos e China de que ainda estão comprometidos com a Fase 1 do acordo comercial, além de alguma expectativa em torno do desenvolvimento de novas vacinas para a Covid-19.

O aceno de 'paz comercial' entre as potências também chegou a refletir no Ibovespa, mas a espera por novas medidas econômicas para o país também chama atenção dos investidores.

Na última segunda-feira (24), o dólar havia caído 0,22%, a R$ 5,59 à vista, nível que parece estar entrando em estabilidade após a volatilidade dos meses em que a pandemia esteve em maior avanço.  Já o Ibovespa, fechou a segunda-feira (24) em alta de 0,77%, aos 102.297 pontos, puxado pelo crescimento de quatro grandes bancos listados na B3 e da Eletrobras, após discussões sobre a privatização.

Contexto nacional

Internamente, o cenário econômico segue no radar dos investidores nesta terça-feira (25), uma vez que o pacote de medidas prometido por Paulo Guedes não foi confirmado, em meio a preocupações sobre a situação fiscal do país. O líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na véspera que o governo decidiu, de fato, adiar o anúncio.

Hoje os investidores acompanham de perto a agenda do presidente Jair Bolsonaro. Pela manhã, ele anunciou que 1 milhão de famílias serão incorporadas ao sistema habitacional brasileiro com o lançamento do programa Casa Verde e Amarela, que substituirá o Minha Casa, Minha Vida.

Também na manhã desta terça, Bolsonaro sancionou, com um veto, a lei aprovada pelo Congresso Nacional que desobriga empresas do setor de turismo e cultura de reembolsar consumidores quando eventos cancelados pela pandemia do novo coronavírus forem remarcados ou for disponibilizado crédito para abatimento da compra em outros serviços. 

Na véspera, ele editou decreto prorrogando em mais 60 dias a possibilidade de suspensão de contrato ou redução de jornada de trabalho com o pagamento, pelo governo, do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM). 

Destaques

Após abrir em alta, o índice recuava 0,29% às 14h. Entre as principais desvalorizações estava a Vale (VALE3), que caía cerca de 2%, refletindo a queda no preço dos minérios. 

A Eletrobras (ELET6) liderava, mais uma vez o Ibovespa, subindo 4,7% com o avanço das movimentações no Congresso para sua privatização. 

Fora do Ibovespa, a Lojas Marisa disparava mais de 8% depois de apresentar os resultados do segundo trimestre, quando a varejista teve prejuízo de R$ 171,7 milhões. As perdas foram menores que o esperado pelo mercado, por isso a animação dos investidores.

Bolsas internacionais

Nos Estados Unidos, comentários de autoridades chinesas e americanas animavam, mas ainda assim a sessão não era de muitos ganhos depois de várias altas na semana passada. 

Às 13h50, o índice de tecnologia Nasdaq avançava 0,3%, o S&P opera estável e o Dow Jones caía 0,47%. 

Já as ações europeias fecharam em queda nesta terça-feira, prejudicadas por perdas nas blue-chips britânicas, enquanto dados econômicos mistos e o crescimento contínuo de novos casos de coronavírus minaram o otimismo sobre um possível tratamento para a Covid-19.

O índice FTSEurofirst 300 .FTEU3 caiu 0,32%, a 1.435 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX perdeu 0,3%, a 370 pontos, ficando confortavelmente dentro de sua faixa de negociação estabelecida em meados de maio.

Na China, as ações do índice ChiNext, pesado em tecnologia, subiram pelo segundo dia consecutivo, à medida que os investidores comemoravam a mais recente reforma e relaxamento das regras de negociação e listagem da bolsa. Já o CSI300 avançou 0,13% e o índice de Xangai teve queda de 0,36%.

Fonte: CNN, com Reuters