Coronavírus: pesquisa da UFMG recomenda que auxílio emergencial seja estendido até dezembro

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas (UFMG) recomendou que o auxílio emergencial pago pelo governo federal seja estendido até dezembro. O Ministério da Economia informou que não vai comentar.

O governo federal definiu que o benefício seja pago nos meses de abril, maio e junho. Veja como deve ser o calendário de pagamento.

De acordo com a professora doutora Débora Freire, a pesquisa, que foi feita em 30 dias, serviu para avaliar os impactos econômicos da renda básica emergencial.

Segundo ela, dois cenários foram levados em consideração para o levantamento. O primeiro, a renda básica para as famílias que receberão o auxílio somente durante três meses.

“Nos resultados nós encontramos que este auxílio tem impacto positivo na renda e no consumo dessas famílias. O auxílio mitiga os impactos negativos que a crise exerce na economia”, explicou Débora.

Ainda conforme a pesquisadora, o pagamento durante os três meses geraria uma renda para o Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 0,45%. A receita para impostos seria de 24%.

Segundo cenário

O segundo cenário leva em comparação o pagamento do auxílio emergencial até dezembro.

O PIB seria beneficiado em 0,55% e a receita na arrecadação de impostos seria em torno de 45%.

Por essas razões, os pesquisadores sugerem a extensão do benefício até dezembro.

Para o próximo ano, eles dizem que o governo federal poderia discutir uma reforma tributária para que o benefício pudesse continuar como uma renda permanente para as famílias mais atingidas.

A pesquisa

O trabalho levou em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e do Cadastro Único (CadÚnico).

“A pesquisa foi feita a partir da construção desses dois cenários”, falou Débora.

O estudo foi desenvolvido pelos professores Débora Freire, Edson Domingues e Aline Magalhães, e pelos estudantes de doutorado Thiago Simonato e Diego Miyajima.

Débora explicou a importância de se divulgar a pesquisa na imprensa e nas redes sociais.

“O objeto é fazer uma divulgação ampla para subsidiar um debate público e esperar que governo esteja atento”, finalizou.

Fonte: Alex Araújo, G1 Minas

Data: 26/05/2020