Cenário econômico deixa economistas pessimistas com 2020, aponta pesquisa
Economistas do Ceará continuam pessimistas com o cenário macroeconômico do País no bimestre de setembro e outubro, segundo aponta a pesquisa Índice de Expectativas dos Economistas (IEE). O estudo revela que desde março, o índice registra resultados pessimistas em relação à economia brasileira em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A pesquisa é realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) em parceria com o Conselho Regional de Economia (Corecon-CE) e foi divulgada nesta quarta-feira (21).
De acordo com o levantamento, referente ao período setembro-outubro, o índice de expectativas gerais dos economistas ficou em 85,2 pontos, no bimestre anterior, a expectativa registrava 81,7 pontos. A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas, o resultado abaixo de 100 pontos é configurada como uma situação de pessimismo, já acima de 100, otimismo.
O economista Ricardo Eleutério, vice-presidente do Corecon-CE, analisa que o resultado visto nesta pesquisa, aponta uma ligeira melhora das expectativas e que o resultado está progredindo de forma "lenta e gradual" para o otimismo.
Os índices analisados pela pesquisa revelam que em relação ao momento atual, os economistas seguem na zona do pessimismo, com uma percepção do momento presente em 68,8 pontos. Já em relação ao futuro, o levantamento mostra otimismo, com resultado em 101,7 pontos.
"Os resultados da pesquisa refletem as recentes mudanças na dinâmica econômica nacional e internacional decorrentes da pandemia do novo Coronavírus", pontua o estudo.
Segmentos
Dos nove segmentos analisados pela pesquisa, seis se mantiveram em pessimismo, sendo eles: nível de emprego (98,0 pontos); taxa de juros (88,1 pontos); taxa de câmbio (77,2 pontos); gastos públicos (51,5 pontos); taxa de inflação (51,0 pontos) e salários reais (42,6 pontos).
Na ponta oposta, as variáveis cenário internacional (130,7 pontos), oferta de crédito (127,7 pontos) e a evolução do PIB (100,0 pontos) apresentaram situação de otimismo.
Eleutério ressalta que todas as expectativas analisadas são importantes para os agentes econômicos que podem gerar impacto tanto no comportamento do mercado, bem como dos consumidores.
Futuro
O vice-presidente do Corecon estima que, caso não haja uma segunda onda, as expectativas tendem a se elevar e caminhar para o otimismo e desse modo, o mercado econômico pode passar a indicar resultados mais positivos.
"Neste ano nós iremos recuperar de forma lenta e gradual a economia. Na verdade, antes da pandemia, o País já estava em um processo de recuperação econômica e já vinha se reestabelecendo de maneira lenta. Talvez em 2021, após a recuperação, nossos indicadores comecem a sinalizar resultados mais positivos", avalia.
Fonte: Diário do Nordeste