Sem incentivos, indústria de granito não terá empresas beneficiadoras
Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), entra no debate sobre os incentivos fiscais.
Ele começa com uma pergunta dirigida aos que defendem o fim ou a substituição dos incentivos fiscais por um novo modelo incentivador que privilegie a inovação:
“Será que o Ceará já dispõe de uma economia tão madura e desenvolvida e de um grande mercado consumidor a ponto de atrair para cá, sem incentivos fiscais, grandes ‘players” industriais?”
Alencar acrescenta que, em todas as economias do mundo, a começar pela dos EUA, há incentivos para os empreendimentos privados.
“Vejamos, especificamente, o setor de granito. O Ceará registra hoje um crescente investimento na pesquisa e na extração de blocos que saem do Estado em estado bruto, sem agregação de valor. Mas, neste momento, com a ZPE e o menu completo de incentivos do tipo FDI e redução do Imposto de Renda via Sudene, além da infraestrutura portuária do Pecém, abriu-se a possibilidade de implantação, aqui, de indústrias beneficiadoras, do Ceará e do Espírito Santo”, comenta o presidente do Simagran-Ceará, que conclui:
“Sem incentivos, certamente que as chances de virem para cá essas empresas seriam nenhuma, com o que nossos granitos continuariam sendo exportados sem valor agregado”.
Carlos Rubens Alencar concorda com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior, para quem os contratos já celebrados com o governo do Ceará, concedendo incentivos do FDI, “serão respeitados”. Mas pondera:
“O respeito aos contratos é importante, mas será que as empresas continuarão investindo em inovação, sabendo que tem prazo para terminar os incentivos?”
Fonte: Diário do Nordeste