Importação de baixo valor registra aumento de 132%
As importações de produtos de baixo valor (até US$ 50 – o equivalente a R$ 246,15) tiveram um crescimento de 132% no ano passado, chegando a US$ 13,1 bilhões, contra US$ 5,67 bilhões em 2021. Os principais itens importados, basicamente por intermédio das plataformas de comércio eletrôncio (Amazon, AliExpress. Shein, Shopee, etc), foram peças de vestuário e acessório (28,1%), móveis e indústrias diversas (23,6%), equipamentos elétricos (18,2%) e couro e calçados (13,6%). Segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), “entre 2021 e 2022, houve aumento de 67,5% na quantidade importada de peças de couro e calçados e de 46,7% em vestuário e acessórios – itens mais comercializados pelas plataformas de varejo digital. Em valor, essas importações aumentaram 43,3% e 41,2%, respectivamente”.
Com o aumento no ano passado, as importações de produtos de baixo valor representaram 4,44% do total de US$ 296,2 bilhões importados pelo Brasil em 2022. Em uma década, a participação saltou de 0,03%, com US$ 60 milhões para quase 4,5%. Embora a fatia em relação a importações total ainda seja baixa, o estudo da Fiemg mostra que a isenção de impostos sobre esses produtos gerou uma perda aos cofres públicos de R$ 6,3 bilhões no ano passado no Brasil e de R$ 600 milhões em Minas. Segundo a Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg, responsável pelo estudo, estima-se que a cobrança adequada de impostos sobre as varejistas possa gerar entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões para os cofres públicos.
No estudo, os economistas da Fiemg dizem ainda que a manutenção à isenção tributária para as importações até o valor de US$ 50 tem impacto negativo sobre o recolhimento de impostos no faturamento das empresas e nos empregos. Com base nos dados de 2022 estima-se que as empresas mineiras deixaram de faturar R$ 11 bilhões – o que equivale a R$ 30 milhões por dia –, enquanto em todo o país o setor deixou de faturar R$ 99 bilhões, ou R$ 270 milhões por dia. Além da perda de faturamento, as importações impedem a geração de 1,13 milhão de empregos em todo o país, sendo que 161 mil postos de trabalho em Minas Gerais.
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Fonte: Estado de Minas