Empresas importadoras do Brasil agora contarão com novo sistema de registro para suas operações
As mais de 50 mil empresas que importam mercadorias no Brasil agora contarão com novo sistema para registrar as operações aduaneiras. A mudança da Receita Federal reduz o tempo de liberação das mercadorias de nove para cinco dias e pode resultar na economia de US$ 40 bilhões anuais.
A iniciativa é da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB), em parceria com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que agora estabelece o registro das importações por meio da Declaração Única de Importação (Duimp), parte do Portal Único de Comércio Exterior.
Antes, os cadastros das mercadorias importadas era pelo sistema de LI/DI. A mudança será aplicada de forma gradual, dividida em três fases. A implementação completa está prevista para o final de 2025 e promete simplificar e digitalizar as operações de comércio exterior, trazendo maior eficiência e economia ao setor.
Etapas da transição
A implementação será realizada em três fases. A primeira, prevista para o período entre outubro e dezembro de 2024, envolve operações realizadas pelo modal marítimo e aquelas realizadas sob regimes como Recof e Repetro, não sujeitas o licenciamento.
Já a segunda fase, no primeiro semestre de 2025, incluirá operações sujeitas a controle administrativo, importações via modal aéreo, além das operações amparadas pelos regimes de Drawback Suspensão e Isenção.
A terceira e última fase, prevista para o segundo semestre de 2025, contemplará as importações terrestres e aquelas atinentes ao regime da Zona Franca de Manaus.
Desde a criação do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) em 1993, o Brasil não havia experimentado uma mudança tão significativa no setor de comércio exterior. O novo sistema, além de modernizar a fiscalização aduaneira, busca reduzir custos operacionais e proporcionar um ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo.
Impacto na competitividade global
A mudança reflete o compromisso do governo em modernizar o comércio exterior e aumentar sua competitividade no cenário internacional. A Receita Federal destaca que essa transformação coloca o Brasil em um novo patamar de eficiência aduaneira, o que deve atrair mais investimentos e fortalecer as empresas nacionais.
Para o advogado especialista em comércio exterior, Luciano Bushatsky Andrade de Alencar, a transição para a Duimp representa uma oportunidade para as empresas brasileiras se tornarem mais competitivas globalmente.
“A implementação do Portal Único é um divisor de águas. Ela elimina muitas das barreiras burocráticas que historicamente aumentavam os custos das operações de importação. As empresas agora terão mais segurança jurídica e maior previsibilidade em suas operações”, afirma o especialista.
Segundo Alencar, a promessa de redução do tempo de liberação das mercadorias é uma das principais vantagens do novo sistema.
“Isso se traduz em menos custo com armazenagem, menos riscos logísticos e maior flexibilidade para as empresas. O impacto financeiro poderá ser sentido diretamente no resultado das empresas importadoras, especialmente em um cenário de competição internacional acirrada”, conclui.
Fonte: Folha de Pernambuco