Caixa reforça oferta de crédito e discute com governo como ajudar a fomentar a economia

Caixa apresentou lucro recorrente de R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 5,3% em relação ao trimestre anterior e de 23,9% na comparação anual. É o primeiro balanço sob a gestão da nova presidente da instituição, Maria Rita Serrano, indicada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente do banco disse, durante apresentação dos resultados, que o balanço mostra não só números, mas uma nova diretriz para a instituição.

Serrano afirmou que a Caixa volta a ser a principal protagonista das políticas do governo, sem perder foco em rentabilidade e estimular a competição no sistema financeiro. Ela afirmou que não existe dicotomia entre fazer políticas públicas e estimular a competição, com rentabilidade.

Diferente dos bancos privados, onde o crédito cresceu em ritmo menor por conta dos juros elevados, na Caixa a carteira total de crédito cresceu 16,6%, no período, e atingiu R$ 1,03 trilhão. Ela disse que não há orientação específica do governo para acelerar o crédito, mas que existem discussões sobre como fomentar a economia.

A Caixa está investindo em crédito. Poderia investir em tesouraria com juros altos. Mas está ampliando a oferta de crédito, o que ajuda a fomentar a economia. O governo vem discutindo como os bancos públicos podem melhorar a carteira de crédito, mas ainda não há algo novo sobre isso, afirmou.

Ela voltou a criticar a gestão anterior, de Pedro Guimarães, acusado de assédio moral e sexual, e afirmou que isso causou a maior crise institucional do banco. Serrano disse que foi recriada a vice-presidência de pessoas, que na gestão anterior tinha sido fundida com a de logística, e também foi o programa de diversidade e inclusão.

Pegamos uma instituição que perdeu, nos últimos anos, a capacidade de continuidade dos projetos. E implementou políticas controversas, como os R$ 8 bilhões emprestados no programa Auxílio Brasil, que endividou os mais pobres, além do programa de micro finanças, que tem inadimplência muito alta. E pegamos o banco desmantelado em relação à política de pessoas, afirmou.

Ela disse que o consignado do Auxílio Brasil foi suspenso em fevereiro e que esses empréstimos não deve voltar, já que o Auxílio não é renda, portanto não faz sentido emprestar cobrando juros aos mais vulneráveis. Serrano disse que, como produto para o banco, esse empréstimo é seguro porque é descontado do Auxílio, mas do ponto de vista de responsabilidade social não faz sentido.

Serrano afirmou ainda que a diretriz anterior era de privatizar as principais operações da instituição e que todo o planejamento estratégico foi redefinido.

Ela afirmou que, na contramão dos bancos públicos, a caixa continua abrindo agências físicas. Foram 19 este ano e devem ser abertas mais trinta, além da população contar com correspondentes bancários em quase todos municípios brasileiros. Ela disse que o público da caixa, que participa de programas sociais, precisa de agências físicas para receber os benefícios.


Fonte: Folhapes

Data: 15/05/2023