Banco Central faz ressalvas ao uso do WhatsApp como meio de pagamento

O Banco Central sinaliza ressalvas ao uso do Whatsapp como meio de pagamento, conforme anunciado pelo aplicativo de mensagens nesta segunda, 15/6. A autoridade monetária vê possibilidade de integração ao PIX, o sistema de pagamentos instantâneo em implementação, mas teme fragmentação de iniciativas e concentração. 

“O BC está acompanhando a iniciativa do WhatsApp e avalia que há grande potencial para sua integração ao PIX. Entretanto, o BC considera prematura qualquer iniciativa que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos”, diz nota do Banco Central em resposta a esta Convergência Digital. 

O Whatsapp anunciou que começa pelo Brasil o uso do aplicativo para transferências de até R$ 1 mil ou pagamentos a pequenos negócios. O processo será operacionalizado pela Cielo e nasce com adesão do Banco do Brasil, Nubank e Sicredi. 

Segundo a Cielo, op interessado em realizar pagamentos para outras pessoas ou para empresas precisará cadastrar e validar seu cartão de débito ou múltiplo no WhatsApp. Os comerciantes interessados em realizar vendas precisarão se credenciar à Cielo por meio da plataforma do WhatsApp.

“O pagamento de pessoa para pessoa funcionará na modalidade débito e o pagamento de pessoa para empresas ou empreendedores funcionará nas modalidades débito e crédito. Nas transações de débito, o comerciante receberá o valor da venda em um dia e nas transações de crédito em dois dias”, informou a operadora de cartões. 

Nesta mesma segunda, o BC avançou mais uma casa na implantação do PIX, o sistema de pagamentos instantâneo que começa a funcionar em novembro. Por meio da Circular 4.027, foi instituído o provedor de Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e a Conta de Pagamentos Instantâneos (Conta PI). 

Ainda sobre a iniciativa do Whatsapp, o Banco Central indicou que poderá adotar medidas se perceber ameaças ao novo sistema. “O BC vai ser vigilante a qualquer desenvolvimento fechado ou que tenha componentes que inibam a interoperabilidade e limite seu objetivo de ter um sistema rápido, seguro, transparente, aberto e barato.”

Fonte: Convergência Digital

Data: 16/06/2020